quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O que que ele quer?

Dia desses, uma garotinha me assistia cuidar do Francisco, e sempre que ele chorava ou dava sinal de algum incômodo, ela, do alto de seus 6 anos, se inquietava e logo me perguntava: "o que que ele quer?" Ao que eu respondia, sem titubear: "mamar...";
Mais um choro e a pergunta "O que que ele quer?" - "Está com sono...", eu respondia com certeza!
Um resmungo e ela corria pra perto e logo vinha a pergunta "O que que ele quer?" - E eu respondia: "Quer a chupeta que caiu..."
Outro choro e A pergunta "E agora, o que que ele quer?"
Lindo..., ela se inquieta e me dirige sua dúvida, o que que ele quer?
É o que me pergunto às vezes... E agora, o que que ele quer?
É preciso o meu suposto saber!
Achei curiosa a inquietação desta garotinha, que ainda pequena já faz a pergunta dos grandes.
Achei bonita a sensibilidade e a confiança desta menina, que assim como o Francisco, deposita em mim a possibilidade de decifrar, dar as respostas, atribuir siginificados, nomear sentimentos; transformar necessidades em demandas e demandas em desejos; colocar sentido, fazer apostas  para assim fazer vir-a-ser um ser humano.
O que que ele quer?

Um comentário:

  1. Oi Camila, que texto lindo.
    Essas ideias sobre nomear sentimentos eu tenho aprendido com sua mãe e tentado estabelecer com a Marina, desde bebê.
    Lá se vão mais de seis anos, quase seis anos e meio, e é bonito de ver.
    Ela vai nomeando ela própria os sentimentos, vai dando os sentidos para as vivências.
    Vai, inclusive, ajudando o outro a compreender o próprio sentimento, em algumas situações.
    Vida longa aos "quereres"!!!
    Beijão e parabéns pelo exercício intenso, refletido, sentido e pertencido da maternidade.
    O Francisco é um lindo,um querido, e você e o Andrei estão permitindo que ele se expresse em toda a plenitude de seus dois meses e meio.
    Com toda minha admiração e afeto,
    Patrícia

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