domingo, 5 de fevereiro de 2012

Alecrim

Uma mãe só nasce com a chegada de seu bebê!

Escutei e li isso inúmeras vezes, e esses dias me dei conta da verdade desta sentença...

Eu e o Francisco estamos em um novo processo. Agora eu estou tentando não embalar mais ele pra ele dormir, é claaaaro que ele já dorme sem embalar com a Tata dele há muito tempo, mas comigo?!?! Nããão...! Comigo era preciso uma bela dança ao som de muitas cantigas que eu cantava enquanto rodopiava com ele pelo quarto.

Mas de uns tempos pra cá, comecei a achar meio esquisito (ridículo) aquele bebêzão sendo ninado e então resolvi experimentar novos progressos... Era preciso! Para mim e pra ele...

Na hora de dormir não dançamos mais..., agora cantamos, conversamos, brincamos, brigamos e todas as noites damos muita risada. Até que ele vai se aninhando, se aquietando, até que dorme.

Engraçado que com isso, descobri que sobra mais tempo pra pensar e me entregar a devaneios.
O bebê assossega e até que ele realmente durma, sobra um longo tempo de quietude, onde ficamos com nós mesmos... Acho que por isso ninei por todo esse tempo o Francisco, só agora sou capaz de viver com tranquilidade esse tempo de silêncio e solidão.
Enquanto cantava, embalava, dançava e ninava o Francisco, chamava seu sono e me distraía dos meus medos, angústias e inseguranças quanto à minha capcidade de ser mãe e fazer vir a ser um humano.

Esses dias, entregue a algumas lindas lembranças, me peguei na cena da primeira noite, ainda no hospital, com o Francisco. Me vi, no escuro da madrugada, em pé ao lado da cama, frágil e tímida, cantando bem baixinho "Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo sem ser semeado..." A voz quase nem saia e quando saia desafinava, mas eu continuei a cantar naquela noite até que ele dormiu... E continuei a cantar todas as noites, até que segura do meu lugar de mãe, seguro o tom do Alecrim e canto até o Francisco dormir.


Um comentário:

  1. Oi Camila, que lindo texto.

    Obrigada por compartilhar ideias tão bonitas, com uma franqueza grande e emocionante.

    Beijo em você, no Francisco e no Andrei
    Patricia

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